A Borgonha é a região de produção de vinhos que mais encanta no mundo todo! Acreditem, eu falo por experiência própria. Ela reúne paisagens de tirar o fôlego que permitem que visitantes e moradores circulem entre vinhedos, colinas e vales que conectam vilarejos charmosos. Além disso, a gastronomia é rica, sofisticada e cheia de sabores marcantes, sem esquecer os pequenos vilarejos históricos, com ruas de pedras que parecem cenários de filmes.
E claro, a Borgonha é o lar de inúmeros Domaines (vinícolas), onde produtores familiares elaboram vinhos tintos e brancos de qualidade excepcional e reputação mundial. Por isso, fazer enoturismo na Borgonha é uma experiência única, inesquecível e acessível.
Vivendo na Borgonha há 10 anos e trabalhando há 7 com enoturismo privado, posso afirmar: visitar essa região é uma das viagens mais memoráveis da vida.
O que torna o enoturismo na Borgonha diferente?
Assim como em qualquer lugar do mundo, a Borgonha tem suas particularidades, que a tornam única. Fazer enoturismo aqui é completamente diferente de visitar vinícolas no Chile, na Argentina, na África do Sul ou nos Estados Unidos. Cada país tem sua cultura e história, que influencia na forma de receber turistas.
Na Borgonha, estamos falando de séculos de tradição vitivinícola. A produção de vinho começou com os monges, passou pela Revolução Francesa e por Napoleão, que mudaram o desenho dos vinhedos (os famosos Climats). Mais tarde, pequenos proprietários passaram a produzir e engarrafar seus próprios vinhos, em vez de vender uvas ou mosto às grandes Maisons e negociantes que dominavam a venda e distribuição.
Esse processo moldou a Borgonha de hoje: a maioria das vinícolas são familiares e possuem em média de 6 a 8 hectares. Os grandes grupos existem, mas são minoria. Por isso, a receptividade costuma ser mais íntima e calorosa — quase como visitar a casa de um tio ou tia, sentar-se à mesa e ouvir histórias enquanto se bebe uma xicara de café. Só que no caso, degusta-se taças de vinhos escutando as histórias de como foi cada safra.
É esse charme, simples e autêntico, beirando familiar que conquista os visitantes. Ainda que existam locais maiores e mais estruturados, o padrão do acolhimento do enoturismo na Borgonha continua sendo mais discreto e acolhedor.
Diferenças em relação a outros países
Diferente de regiões vinícolas onde o turismo é planejado com percursos detalhados e lojinhas sofisticadas, a Borgonha segue outro caminho. Muitas vezes os produtores não recebem visitas porque estão trabalhando nas vinhas ou viajando para divulgar seus vinhos pessoalmente em feiras. Em alguns casos, nem há garrafas suficientes para degustações e vendas diretas, pois a produção já está comprometida com restaurantes, hotéis, importadores e alguns clientes privados.
Isso não é um obstáculo, mas sim parte do charme da região. ✨ Faz parte de compreender a Borgonha como ela realmente é, em vez de esperar que seja uma cópia de outras áreas produtoras.
A Borgonha é, e sempre será, única.
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