A Borgonha é uma das regiões vinícolas mais fascinantes do mundo. Mas, justamente por ser tão especial, ela também não funciona como outros destinos turísticos tradicionais.
Muitos visitantes chegam cheios de expectativa — e acabam frustrados por causa de erros simples que poderiam ser evitados.
Se você está planejando sua viagem, aqui vão os deslizes mais comuns que eu vejo como guia na região — e o que fazer para aproveitar a Borgonha do melhor jeito possível.
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Tentar visitar muitas vinícolas no mesmo dia
📌 O erro: Achar que dá para visitar 3, 4 ou até 5 vinícolas em um dia.
Na prática, isso vira uma maratona cansativa e confusa: você sai correndo de uma cave para outra, sem tempo para apreciar nada — e no fim, os vinhos se misturam na memória.
✅ O que fazer:
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Planeje 1 ou 2 visitas por dia, no máximo.
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Inclua tempo para um bom almoço, passear pelas vilas e descansar entre uma taça e outra.
Na Borgonha, o ritmo é outro — e faz parte da experiência.
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Acreditar que todas as vinícolas estão abertas para visitação
📌 O erro: Chegar sem aviso em uma vinícola e se surpreender porque a porta está fechada.
Muita gente acha que é como na Toscana ou Napa Valley, onde há salas de degustação abertas o dia inteiro. Mas aqui, muitas propriedades são familiares e só funcionam com reserva.
✅ O que fazer:
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Sempre agende com antecedência.
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Peça ajuda para mim e eu o conduzirei as melhores vinícolas para ótimas degustações
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Achar que todos os vinhos da Borgonha são “grandes vinhos”
📌 O erro: Imaginar que qualquer vinho da Borgonha é automaticamente excepcional. A verdade é que há uma enorme diversidade de qualidade — e nem tudo que está na região tem tipicidade ou valor real.
✅ O que fazer:
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Prefira visitar vinícolas com indicação de um conhecedor, por quem conhece a fundo a região.
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Entenda as classificações dos vinhos (regional, village, premier cru, grand cru) antes de comprar. O curso de “Vinhos da Borgonha, básico Volume 1” pode te ajudar
Um vinho simples com alma vale mais que um Grand Cru mal feito.
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Esperar vinhos encorpados como os de Bordeaux
📌 O erro: Se decepcionar porque os tintos não são potentes, escuros ou cheios de madeira.
A Borgonha é o reino da elegância, da acidez, da delicadeza. Quem espera “vinhos de impacto” pode estranhar os primeiros goles.
✅ O que fazer:
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Vá com a mente (e o paladar) abertos.
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Peça explicações durante a degustação. Entender o estilo do vinho muda completamente a sua experiência.
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Tentar fazer tudo sozinho sem conhecer a região
📌 O erro: Reservar hospedagem longe das vinícolas, alugar carro e se perder nas estradinhas rurais sem saber onde parar — ou pior: beber e dirigir.
A Borgonha não tem grandes placas, nem sinalização turística óbvia. E transporte público praticamente não existe nas áreas vinícolas.
✅ O que fazer:
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Hospede-se em cidades estratégicas como Beaune.
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Se possível, contrate um guia local — isso evita estresse, abre portas que turistas sozinhos não acessam e ainda garante que você possa degustar com tranquilidade.
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Ignorar o que está fora das caves
📌 O erro: Focar só em degustações e deixar de lado os vilarejos, os mercados, os produtores de queijo, mostarda ou pão artesanal.
A Borgonha é uma região rica em cultura, gastronomia e natureza.
✅ O que fazer:
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Reserve um tempo para viver como um local: andar pelas feiras livres, visitar uma padaria artesanal, sentar num café de vila.
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A experiência da Borgonha está no detalhe. Não pule isso.