Resumo Colheita 2025
A colheita 2025 na Borgonha oficialmente chegou ao fim com os vinhos sendo colocados dentro dos barris nesta última semana de setembro. Ainda é um pouco cedo para dar uma avaliação técnica detalhada dos vinhos, uma vez que eles ainda não estão prontos, pois vão ficar maturando nos barris entre 10 meses e 2 anos, vão passar pela conversão malolática e o tempo em barril depende da apelação e do produtor. Mas eu posso contar para vocês como foi o ano da viticultura e a colheita 2025.
A safra 2025 começou durante o inverno em janeiro, com um periodo de frio intenso curto e não tão chuvoso quanto 2024. Quando a primavera chegou a temperatura aumentou um pouco despertando a vinha um pouco mais cedo, correndo risco de geada em meados de abril. Felizmente este ano não tivemos geada e o ano foi bom, um pouco instável, porém bom.
O que isso quer dizer? A primavera e verão foram em sua maioria frias, com temperaturas amenas e quando junho chegou tivemos uma onda de calor muito forte por uma semana para depois a temperatura baixar. O mês de julho e boa parte de agosto foram amenos, chegando à temperatura mais baixas bloqueando o desenvolvimento da maturidade da fruta. Na Borgonha em agosto chegamos a ter 11 graus em pleno verão!! Dias depois a temperatura aumentou rapidamente e tivemos uma segunda onda de calor muito forte em todo o país, preocupando a maior parte dos produtores que cancelaram as férias que antecedem a colheita para ver o estado das vinhas e reorganizar o começo da colheita 2025.
Alguns com medo que a forte onda de calor causasse um excesso de açúcar nas uvas, começaram a colher a partir do dia 15 de agosto. Outros resolveram esperar um pouco mais, pois muitas parcelas não amadureceram na mesma velocidade que outras devido ao frio de agosto e sua posição geográfica.
Foi um ano muito heterogêneo, com muitas diferenças de maturidade entre as parcelas. E a cereja do bolo foi a chuva durante a maior parte da semana quando a maioria das vinícolas (Domaines) colhiam e enquanto outras, principalmente da Côte de Nuits, aguardavam o começo da colheita. Esta chuva chegou a diluir as uvas e um produtor que eu frequento muito o seu Domaine me disse: “para eu explicar a safra 2025 eu tenho que falar da onda de calor de junho, do frio em agosto, da maturidade bloqueada, da onda de calor repentina e forte em agosto, da diferença da velocidade de maturidade entre as parcelas e principalmente da chuva no meio da colheita. Há cuvées (tipos de vinhos) antes da chuva com uma graduação alcoólica natural boa e cuvées depois da chuva com uma graduação alcoólica bem mais baixa e menos concentração de fruta.” Eu tenho certeza absoluta que a safra 2025 vai entrar para a história para os todos os produtores devido essas divergências que eles enfrentaram!
Bom, eu vou esperar alguns meses para poder voltar aqui e escrever para vocês como estão os vinhos da safra 2025 depois de toda essa montanha russa climática!!
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